quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ushuaia - O Sonho realizado

Após 5560 km - Ushuaia
Olha nóis aí em direçao ao freezer.

Com o Alberton


Finalmente a foto comemorativa da chegada - Sem o Alberton








Aqueles picos nevados que falei e que acabamos dentro deles





Travessia do Estreito de Magalhaes



Agora ja estamos no Ushuaia, e o team todo vai comemorar.

Equipe Apoio: Otávio Alberton, Manoel Alcione (Kiko) e Dalton Souza. Foram de fundamental importancia. Fica aqui o nosso eterno agradecimento pela ajuda e paciencia.
Motociclistas, que fizeram 100% do trajeto de motos - 5560 Km : Nilson Algarves e Paulo Roberto Lopes de Magalhaes.

Agradecemos especialmente as nossas familias e aos amigos que ficaram rezando ou torcendo pelo nosso sucesso, nos telefonando, enviando mensagens pelo blog, torpedos, etc.

Ushuaia

Só conseguimos dormir, porque cansaço era muito grande.
Era a última etapa. Ushuaia estava somente 210 km.
Na nossa partida esta muito frio e muito vento. Bom, nao vou mais falar sobre frio, vento e cansaço porque vcs. ja estao cansados de ouvir este blá, blá, blá....
A paisagem começou a mudar daquela monotonia da Patagonia. O inicio da Terra do Fogo deu lugar a uma vegetaçao mais alta com árvores um tanto esquisita.
Passamos por Toulhin e começamos a avistar umas montanhas com o pico nevado.
Ficamos excitados, paramos para tirar foto. Nao sabíamos o que nos aguardava!
Sou obrigado a dizer que as mâos estavam duras, congeladas. Muita dor.
Usavámos duas jaquetas e o Paulo duas luvas. Mas nao adianta!
A medida que avançavamos, as montanhas nevadas se aproximavam.
De repente, estavámos subindo a Cordilheira, no meio das nuvens, com chuva e os picos nevados do nosso lado. Foi uma sensaçao muito forte.
Paramos para foto. O vento parecia que queria derrubar as motos, mesmo bem calçadas.
Só a imagem pode falar. Tentarei postar.Esta muito devagar.
A descida foi com chuva e descemos bem devagar.
Ushuaia estava muito próximo. Só de falar, digo, escrever, fico emocionado. Cria um nó na garganta! Uma lágrima quer sair e eu tento aguentar. O que nós passamos para chegar até aqui foi ùm trabalho hérculeo. O que tivemos que superar vcs. nao imaginam!!!
O Paulo tbem nao consegue mais falar. Eu nao olho pra ele e ele nao olha pra mim. Estamos calados, chorando e revivendo todos os momentos.
Tínhamos combinados que chegaríamos, nem que fosse de bicicleta. As motos tinham apresentado problemas, havia vasamento de óleo, troca de velas, cabo de afogador desligado.
Bem, vamos limpar as lágrimas e voltar.
Chegamos no Ushuaia, conseguimos, vencemos, superamos. Estamos todos alegres.
Todos celebramos.
Vou tentar mostrar as fotos na próxima postagem.
Ja vou publicar pq posso perder.

Rio Grande - quase lá

Estes sao os Guanácos - Estão presentes o tempo inteiro
Rio Gallegos, foi um grande desafio, conseguimos.

O Plano era sair cedo e ir para Rio Grande ou quem sabe Ushuaia.
Quando, saimos, por volta de 9 e 30 estava congelante.
Muito, muito frio. A sensaçao térmica do vento batendo era terrível, principalmente para as maos e pés.
Depois de 60 km. chegamos na fronteira com o Chile. Foram os 60 km mais frio de nossas vidas, até entao.
Muita gente na aduana, onibus de excursao e uma confusao tremenda para pegar o visto de saida da Argentina.
Perguntamos para o policial qual o posto mais próximo. 200Km.
Na ansiedade e excitaçao da saida, nao abastecemos e estávamos de tanque vazio.
Conclusao, tivemos que voltar a Rio Gallegos e comprar 35 litros de nafta.
Nós sempre andávamos com 3 galoes de 5 l. Alem daqueles, compramos mais 2 galoes de 10 l. cada e com certeza nao ficaremos mais sem combustível.
Ah! voces estao rindo! mas quando percebemos esta situaçao, foi uma mer....
Felizmente o Kiko foi compreensível, solidario e voltou conosco. Ainda vamos rir juntos desta situaçao.
Em seguida, 1 km a frente, aduana para entrar no chile. Mais confusao e muito tempo perdido.
Mais 40 km, asfalto, e pegamos o famoso Estreito de Magalhaes. Pagamos 50 pesos argentino pelas duas motos e a Sprinter 87 pesos.
Dai pra frente, meus amigos(as) foram aprox. 130 km de rípio (seixo rolado - pedra redonda e de bico). Imagem as nossas motinhas, custom, fazendo rally no rípio. hahahahahaha!!!!!!!
Rir, para nao chorar.
O Paulo, com medo de cair, resolveu montar no Geada (cavalo), tirou o banco e montou só em pelego. Verdade, ele fez isso. Explicaçao: Para ficar com assento mais baixo para poder ter os dois pés no chao.
Foi a sorte, pois, existe uma trilha deixada pelos carros que seguimos. Logo ao lado sobra aquele monte de ripio. O Paulo perdeu a trilha e foi para o monte de rípio e quando olhei lá ia ele balançando morro abaixo, com os pézinhos batendo de um lado e de outro. Parecia que estava domando um potro chucro.. hahahahahahahh. Nao caiu.
Na verdade, conseguimos com amigos uma rota alternativa, um pouco mais longa, mas melhor que a outra.
Chegamos em San Sebastian, aduana para saida do Chile.
Chegamos Argentina, aduana para entrado na Argentina. Que saco!!! A esta altura todos estavam de saco cheio.
Rumo a Rio Grande, mais 80 km. Eram 21:30 hs.
Rotina hotel, banho.........etc
Ushuaia, somente mais 210 km.
Eu e kiko saimos, encontramos um kioko aberto, compramos um litro de uisque e todos festejamos.
Só o Dalton e o Alberton que nao bebem e celebraram com chá e coca-cola.

Desafio Vencido - 800 km/dia

O Paulo esta aqui ao meu lado me ajudando a lembrar.
Eu, particularmente, estava um pouco assustado. O Paulo sempre brincando com o vento.
Era a hora da verdade!
O destino era San Julian, outro porto e balneário famoso com esporte que utilizam o vento e muito pinguins, focas, leao marinho e pássaros. Distante de Comodoro Rivadavia aprox.400 Km.
Acordamos cedo, trocamos o óleo , da moto pessoal rumamos mais para o sul do mundo.
Realmente o vento aumentou muito. A pilotagem esta ficando cada vez mais dificil. Cada vez mais inclinado.
Chegamos a San Julian, onde aquele indíviduo mais 11 motociclistas com motos, todas, entre 450 - 1200 cc, conseguiram chegar e daí voltando.
Pensamos, conseguimos chegar até aqui, estamos cansados, mas temos chance de seguir adiante.
A adrenalina estava no auge e a vontade de superar os nossos limites fez com que tomassemos a decisao de seguir em frente.
Fizemos uma reuniao com toda a equipe, tomamos um café e ele acharam que estavamos perdendo tempo no café e que devíamos partir em seguida para Rio Gallegos, mais aprox. 400 km.
Lá fomos nós.
O vento aumentando e nós pensando.... já fomos mais longe que aquela turma desistente.
Eles eram o nosso parametro.
Eles nos asssustaram, mas foram, por outro lado, os que nos davam força. Vamos vence-los.
Tínhamos em mente a frase: "Com aquelas motinhas? Podem voltar!!!!"
As dificuldades foram aumentando. O vento era tanto que olhavámos no velocímetro e, as vezes, estávamos a 50 km/h e o cabo acelerador enrolado.
O sono aumentava. Ja estavamos pilotando há 9 hs.
No horizonte surgiu uma tempestade. Será que vamos ter enfrentar mais esta!!!
Começamos tentar mais velocidade para nao pegarmos aquela chuva, observando sempre a trajetória da estrada. Será que vai nos levar direto pra chuva? Quando fazíamos uma curva no sentido contrário, vibravámos! A esta altura, todo e qualquer acessório das motos ja tínhamos tirado.
Pegamos somente uma pontinha do temporal, tres vezes. Pouca Chuva. Felizmente.
Nos últimos 86 Km., que apontava na placa indicativa, para Rio Gallegos, foi terrível!
Mais vento, mais cansaço, mais frio. Vinha vento de todos os lados, dependendo das curvas que fazíamos.
As vezes, vinha uma rajada que parecia que arrancava o capacete e nos enforcava, fazendo com que tívessemos que puxar o tirante pra baixo, ajeitando melhor o capacete e nos ajudar a respirar.
Chegamos a Rio Gallegos!!! Uau!!! fomos mais longe!!!!
Foram aprox. 800 Km. e 14 horas de estrada. Parávamos para abastecer, comer um pouco e café.
Estávamos todos exaustos. Nao só nos mas tbem a equipe de apoio.
No primeiro hotel nos hospedamos. Todos os cinco no mesmo quarto.

Finalmente voltei

Esta é quase sempre a nossa visao.
Ola pessoal, voltei (amos).

Vou tentar continuar de onde paramos.

Vai ser um pouco dificil, pois, sao tantas emoçoes, a minha cabeça vira um turbilhao.

Sao muitas coisas juntas. A emoçao, o cansaço, a dor, o vento zunindo dentro do capacete, as fortes rajadas de vento.....etc

Saimos de Puerto Madryn, com passagem por Punta Tombo (imperdível) e Comodoro Rivadavia.

Foi uma viagem relativamente tranquila. O vento começando a ficar cada vez mais forte, a paisagem da Patagonia monótona, as retas intermináveis. Ficamos com o vento, com a solidao e nossos pensamentos.

Chegamos em CR, uma cidade que tem, um grande porto e muita produçao de petroleo.

Díficil de encontrar hotel (nao é novidade!). Como é temporada de verao e estas cidades ficam no litoral, os hoteis estao sempre lotados.
Nao havia vagas, entao fomos em frente, sainda da cidade em busca de camping.
Felizmente, encontramos um hotel e nos hospedamos. Os hoteis estao ficando cada vez mais caros, mas nós nao temos opçao. O cansaço é muito grande. Só queremos tomar um banho, comer e descansar um pouco.
Conforme relato daquele indíviduo que encontramos em Puerto Madryn, retornando, sem sucesso, é a partir de CR é que o vento forte relmente começa. Este é nosso destino!
No dia seguinte, acordar cedo e viajar.
Nao se ja disse, mas anoitece cada vez mais tarde, a medida que vamos em direçao do fim do mundo. Sao 10:30 hs. e é dia claro.